Quando um carro está com a roda desalinhada, por exemplo, não adianta 
simplesmente trocar o pneu - é preciso encontrar a origem do defeito para então 
solucioná- lo e o veículo parar de dar problemas. Essa é a idéia da ginástica 
holística, um método de trabalho corporal em que os movimentos levam em conta as 
estruturas anatômicas, fisiológicas e biomecânicas do indivíduo e que buscam a 
reestruturação óssea e muscular para combater as causas das lesões, não somente 
suas conseqüências (ou seja, as dores). Mas não se trata simplesmente de gestos 
autômatos ou de reforços musculares segmentados, e sim de uma técnica global por 
meio da qual os praticantes experimentam movimentos suaves e incomuns que 
solicitam também a imaginação, o senso lúdico e exigem respostas 
neuromusculares. Tanto que pau de macarrão, saco de areia, bolinhas e tubinhos, 
entre outros objetos do dia-a-dia, auxiliam a execução dos cerca de 800 tipos de 
exercícios disponíveis. Tudo começou há quase 100 anos, quando a médica e fisioterapeuta alemã Lily Ehrenfried percebeu que a postura inadequada do corpo provocava dores nas costas, hérnias de disco, enxaqueca, cansaço mental e até perda de memória. A partir dessas observações, ela desenvolveu a ginástica holística. Por aqui, esse novo tipo de atividade vem sendo difundido e ensinado a profissionais de saúde pela fisioterapeuta Patrícia Lacombe, a primeira brasileira nomeada pela Association des Élèves du Docteur Ehrenfried et des Praticiens en Gymnastique Holistique, na França, formadora do método.
Segundo a especialista, a técnica é baseada em três pilares: educativo, preventivo e curativo. Educativo porque as pessoas passam a conhecer sua anatomia, mesmo sendo leigas. Preventivo, pois os exercícios evitam lesões, já que os limites do corpo se tornam conhecidos. E curativo pelo fato de as queixas serem eliminadas de vez. "Esta é a diferença em relação a um trabalho de fisioterapia tradicional, que trata somente a dor e não a causa do problema. Além disso, aprendendo as práticas da ginástica holística, as pessoas adquirem consciência corporal e passam a se cuidar sozinhas, sem depender de terceiros", diz Patricia. Antes de ganhar essa autonomia, no entanto, é preciso que se faça uma avaliação inicial com um especialista formado pela Associação e freqüentar as aulas - de uma hora, uma vez por semana - respeitando o período indicado ao tratamento.
| Benefícios no dia-a-dia | ||
No trabalho Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) abrangem diversas patologias - como a tenossinovite, a tendinite e a bursite -, atingem vários trabalhadores e causam afastamento nas empresas. É inútil investir em móveis adequados se os funcionários não sabem como se sentar. A ginástica holística ajuda nesses casos e previne futuras lesões através dos mais diversos exercícios. Na estética Existem pessoas sem estrutura de sustentação para se sentar corretamente que permanecem o dia todo em posição errada, o que causa uma deficiência na circulação sangüínea. Resultado: celulite. Já o alinhamento do fêmur e a forma de pisar determinam se o glúteo é ativado ao caminharmos. Isso tende a gerar flacidez constante e acúmulo de culote e gordura da região. 'Barrigas posturais' e seios caídos aparecem devido ao mal posicionamento dos ombros. Isso pode ser corrigido com a técnica da fisioterapeuta Lily Ehrenfried. Na adolescência Como método preventivo, a ginástica faz com que os jovens cheguem à idade adulta com uma estrutura óssea adequada, pois nessa época é possível modificar o biótipo - de pés chatos, joelhos em X - além de prevenir doenças graves, como escoliose, lordose e cifose. E tudo isso contribui para uma melhor qualidade de vida!  | ||
 Liberdade de movimentos A ginástica holística não vê diferença entre os movimentos que atuam preventivamente daqueles indicados para sanar algumas queixas. De acordo com a especialista, todos agem em conjunto e permitem uma grande variedade de aulas. Com a evolução do tratamento, a pessoa incorpora uma 'nova' posição óssea (a correta) como definitiva, livrando-se do problema inicial. Os benefícios já são sentidos desde o início da prática e, ao final dela, a pessoa conta com a possibilidade de continuar realizando os movimentos, sem precisar de acompanhamento. "A ginástica holística dá esta liberdade. Se você machuca o tornozelo, por exemplo, pode se exercitar em casa, no trabalho ou no meio de uma viagem. Os alunos realmente se reeducam e adotam a técnica como rotina, mesmo que não estejam mais sofrendo, simplesmente pelo bem-estar que ela proporciona", diz. 
 
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Liberdade de movimentos

Rolo de macarrão
Bola no trapézio

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