Da 
inibição do apetite à redução do risco de doenças como o câncer de cólon, os 
benefícios da caminhada são inúmeros e estão ao alcance de suas 
passadas
por andré bernardo
por andré bernardo
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Em tempo de atitudes ecologicamente corretas, ambientalistas afirmam que 
gastar a sola do sapato (ou, melhor, do tênis) ajuda a reduzir a emissão de 
gases poluentes. 
Mais do que salvar o planeta, porém, deixar o carro na garagem e ir de vez em 
quando a pé para o trabalho melhora a qualidade de vida de quem pratica 
caminhada. 
Ao ar livre, na esteira ou em trilhas, andar 30 minutos por dia, cinco dias 
por semana, aumenta o condicionamento físico, fortalece o sistema imunológico e 
ajuda a combater doenças, como diabetes, obesidade e hipertensão. 
"É a atividade mais democrática que existe, pois o investimento é mínimo e o 
retorno, garantido", assegura o ortopedista Fábio Ravaglia, da Sociedade 
Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). 
Com apenas 20 minutos do exercício, o cérebro já começa a liberar endorfina e 
serotonina, duas substâncias que promovem a comunicação entre os neurônios. 
Enquanto a primeira tem ação calmante e efeito analgésico, a segunda produz 
uma sensação de bem-estar.
"Não é à toa que estudos recentes revelaram que pessoas com diagnóstico leve 
de depressão melhoraram muito ao se tornarem adeptas da caminhada. Em alguns 
casos, os médicos chegaram até a substituir o remédio pelo exercício. Ou seja, 
os benefícios são também psicológicos", acrescenta Ravaglia.
Para inibir o apetite 
A cada ano, cresce o número de trabalhos atestando a eficácia da boa e velha 
caminhada. 
Só em 2008, um estudo apresentado no encontro anual do American College of 
Sports Medicine revelou que andar por 40 minutos todos os dias já é o bastante 
para melhorar o desempenho cardiovascular de quem sofre de hipertensão. 
Outra pesquisa, da Universidade de Washington, nos EUA, confirmou que sua 
prática regular ajuda a reduzir os riscos do câncer de cólon. 
Já especialistas da Universidade de Exeter, no Reino Unido, concluíram que 
suar a camisa ajuda a emagrecer porque reduz a fissura que alguns sentem por... 
chocolate!
Mas os estudos não param por aí. O mais recente deles é assinado por David J. 
Stensel, da Universidade de Loughborough, na Grã-Bretanha. 
Uma pesquisa realizada com 11 voluntários mostrou que a caminhada é mais 
eficaz para inibir o apetite do que a musculação. 
Segundo Stensel, a prática regular interfere na produção de dois dos mais 
importantes hormônios reguladores da fome: o peptídeo YY (que reduz o apetite) e 
a ghrelina (que estimula a vontade de comer).
O estudo mostrou que, durante uma sessão de esteira, o nível de peptídeo YY 
aumenta e o de ghrelina, diminui. Na de musculação, porém, tais índices 
permanecem inalterados.
Controlar o peso
"Além de ajudar na supressão do apetite, caminhar é excelente para controlar 
o peso e aumentar o nível cardiorrespiratório.
As pessoas deveriam adotar esse hábito quase como um meio de transporte. 
Diferentemente de outras atividades físicas, como a corrida, ninguém precisa 
tomar banho após andar", analisa Stensel, com exclusividade, para a 
VivaSaúde.
Para o pesquisador, a caminhada tem outra vantagem: é a única totalmente 
gratuita. Não é preciso gastar dinheiro com academias ou contratar um personal- 
trainer. 
Basta vestir roupas leves, calçar um tênis confortável e escolher um lugar 
tranquilo para a prática. De preferência, longe do barulho e da poluição do 
trânsito.
O único obstáculo talvez seja o da falta de tempo. "O ideal é que as pessoas 
caminhassem pelo menos 30 minutos por dia. Se isso não for possível, aconselho 
três períodos de 10 minutos: pela manhã, à tarde e à noite. Nesse caso, vale 
descer do ônibus três quarteirões antes do desejado e seguir a pé. Ou subir 
quatro andares a pé em vez de pegar o elevador", sugere Ravaglia, que só 
desaconselha a atividade para quem sofre de artrose: "Para esses pacientes, 
sugiro natação ou hidroginástica. A água reduz os riscos de lesão".
Antes de correr
As semelhanças entre a caminhada e a corrida são muitas. As duas não exigem  habilidade específica, agregam praticantes de todas as idades e requerem apenas  roupas leves e tênis confortável. 
Mas, então, por que não começar logo correndo - atividade física que, justiça  seja feita, proporciona um gasto calórico maior? A resposta é simples: porque os  riscos de lesões ortopédicas e cardiovasculares desse exercício também são  maiores. 
Principalmente para quem não está habituado a praticar atividades físicas  regularmente. Para correr, um indivíduo dá cerca de 600 passadas por quilômetro. 
Durante a caminhada, são necessárias apenas 200 para percorrer a mesma  distância. Durante a corrida, os pés aguentam um impacto até seis vezes maior  que o peso do corpo.
Na caminhada, a força deste efeito cai para apenas duas vezes. "A corrida é  um exercício físico de maior impacto que a caminhada. 
Por isso mesmo, o risco de alguém sofrer uma lesão no calcanhar, no joelho ou  até mesmo na coluna é maior correndo do que simplesmente caminhando", adverte o  ortopedista Fábio Ravaglia.
Antes de correr 
As semelhanças entre a caminhada e a corrida são muitas. As duas não exigem 
habilidade específica, agregam praticantes de todas as idades e requerem apenas 
roupas leves e tênis confortável.  
Mas, então, por que não começar logo correndo - atividade física que, justiça 
seja feita, proporciona um gasto calórico maior? A resposta é simples: porque os 
riscos de lesões ortopédicas e cardiovasculares desse exercício também são 
maiores.  
Principalmente para quem não está habituado a praticar atividades físicas 
regularmente. Para correr, um indivíduo dá cerca de 600 passadas por quilômetro. 
 
Durante a caminhada, são necessárias apenas 200 para percorrer a mesma 
distância. Durante a corrida, os pés aguentam um impacto até seis vezes maior 
que o peso do corpo. 
Na caminhada, a força deste efeito cai para apenas duas vezes. "A corrida é 
um exercício físico de maior impacto que a caminhada.  
Por isso mesmo, o risco de alguém sofrer uma lesão no calcanhar, no joelho ou 
até mesmo na coluna é maior correndo do que simplesmente caminhando", adverte o 
ortopedista Fábio Ravaglia. 
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