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O QUE É ALZHEIMER???


Os cientistas não sabem exatamente qual a causa da doença. O que se sabe é que se desenvolve através de uma série de eventos no cérebro. “O progresso da doença de Alzheimer é alterada pela degeneração, ou seja, morte dos neurônios”, explica o Dr. Paulo Canineu, médico geriatra e diretor clínico do Hiléa.
“Muitas pessoas acreditam que o idoso volta a ser criança, mas não é isso que ocorre. Os pacientes de Alzheimer lembram de tudo, só não sabem como encontrar a informação. Eles perdem o modo de como acioná-la. Mas, às vezes, apenas com uma imagem, um toque é possível resgatar”, explica o Dr. Paulo Canineu.
Na maioria das pessoas, os sintomas começam a aparecer após os 60 anos, sendo a idade o maior fator de risco. Com esses fatores, podemos considerá-la a doença do envelhecimento. O segundo fator de risco se chama escolaridade: quanto mais você usa o cérebro – não que isso impeça de contrair a doença – mais você consegue postergá-la. Pode-se amenizar a doença, ou seja, não deixá-la chegar num nível avançado.
No Brasil, estima-se que 1 milhão e 200 mil pessoas sofram do mal de Alzheimer.
Quais são os sintomas?
Segundo o Dr. Paulo Canineu, existem 60 tipos de demências – grupos de sintomas caracterizados por um declínio progressivo das funções intelectuais - e cada uma com suas características. A que caracteriza a doença de Alzheimer é a alteração da memória recente.
A memória recente é a adquirida há pouco tempo (dias, semanas). A remota é a armazenada há meses ou anos. O idoso com Alzheimer consegue preservar a memória remota por algum tempo e depois começa a perdê-la.
Na fase inicial, esquece pequenas coisas como objetos. Depois, não sabe mais preparar uma lista de supermercado, pega um ônibus e não sabe mais em que ponto descer, fica ansioso, agitado, desconfia de tudo, começa a apresentar alteração da personalidade e algumas dificuldades como cozinhar, alimentar-se, dirigir, telefonar, etc..
Numa fase intermediária, essas atitudes se acentuam e a pessoa passa a ter dificuldades de reconhecer familiares e amigos, perde-se em ambientes conhecidos, tem dificuldades com a fala, perda de peso, dependência progressiva, dificuldades motoras, etc..
Na fase avançada, a pessoa vai ficando silenciosa, conversando menos, com menos movimento, relacionando-se menos com o mundo, tem incontinência dupla, fica restrita ao leito, passa a ser dependente, chegando, em alguns casos, a assumir a posição fetal.
Como diagnosticá-la?
“O diagnóstico é eminentemente clínico, ou seja, pelo histórico do paciente ou informações da família”, afirma o Dr. Paulo. São feitos exames com clínico geral, neurologista, psiquiatra, utilizando-se de vários neuropsicológicos.
“Quando o quadro ainda não se apresenta claro, partimos para os exames subsidiários, que são os exames de sangue e de imagem. Independente do arsenal de informações que obtivermos, eles nos ajudarão a esclarecer que “provavelmente” pode ser Alzheimer, “provavelmente” pode ser Aftoesclerose, ou algum outro tipo de demência, definindo o diagnóstico como provável ou possível”, explica Dr. Paulo.
Quando falamos em provável, a porcentagem de acerto é de 95%. Possível, quando tem alguma coisa que pode interferir como diabetes, pressão alta, etc..
Como é feito o tratamento?
O tratamento pode ser farmacológico, que ajuda a retardar a doença, mas não controlá-la. Outros medicamentos podem ajudar a controlar distúrbios de comportamento, insônia, agitação, etc.. Também é utilizado o tratamento de reabilitação cognitiva, método inspirado no norteamericano John Zeisel, presidente e cofundador do Hearthstone Alzheimer Care, rede especializada em portadores da doença, que trabalha com os quatro males do Alzheimer: apatia, agitação, ansiedade e agressividade.
As drogas combinadas com a reabilitação cognitiva apresentam eficácia mais satisfatória e sobrevida de até 20 anos.
Na Reabilitação Cognitiva, utilizamos terapias que trabalham os aspectos cognitivos, intelectuais, memória, etc.: fisioterapia, terapia ocupacional para o desempenho de atividades diárias e terapia ambiental.
Como podemos ajudar a pessoa com Alzheimer no dia-a-dia?
Uma das formas de ajudar a pessoa com a doença de Alzheimer é limitar a independência, mas sem deixá-la perceber, pois, dependendo da maneira utilizada, poderá gerar insegurança e graves distúrbios. Isso na fase inicial, onde a pessoa ainda apresenta discernimento.
Comece limitando dinheiro, cartões de crédito, etc.. Camuflando de alguma forma, para que ela não perca o senso de independência e responsabilidade. Avise aos vizinhos, donos de padaria, lojinhas próximas, sobre a situação do idoso, para que o ajudem a não gastar somas maiores do que tem noção
Ocupar o idoso, para que ele se sinta útil, é sempre muito bom, mas sempre respeitando as limitações dele.
Na direção, exige-se muita atenção, cuidado, manobras e reflexos rápidos. Tente explicar ao idoso que dirigir pode fazer-lhe mal a saúde. Se precisar de ajuda, peça ao médico que esteja junto na hora do bate-papo.
Quando levar visitas em casa, mesmo que o idoso as conheça, avise antecipadamente e apresente as pessoas na hora. Nunca o force a adivinhar. Isso lhe causará constrangimento e frustração.
Não fique testando o idoso. Ofereça respostas. Limite as opções. Faça perguntas que tenham no máximo duas respostas. Por exemplo: você não deve escolher por ele a vestimenta. Coloque duas roupas e peça para ele escolher entre uma e outra, dê-lhe opções.
Nunca fazer pelo idoso e sim ajudá-lo. Ajude-o a realizar atividades terapêuticas com objetivos físicos, sociais, emocionais, onde ele possa resgatar memórias perdidas, seja numa cozinha experimental, seja no computador – caso ele tenha tido contato com a informática em algum momento.
Estimular os sentidos através do aroma, do próprio paladar, da música. Pacientes que sempre gostaram de música continuarão gostando, mesmo doentes. Apreciam especialmente músicas da época deles. A musicoterapia (colocar o link da matéria) tem sido utilizada com sucesso, como recurso terapêutico, em pacientes confusos e agitados e com distúrbios do sono, por proporcionar excelente efeito relaxante.
Promover passeios interessantes, proporcionar atividades relaxantes como técnicas de respiração, alongamentos, conscientização corporal – o autoconhecimento, automassagem, a manutenção do conhecimento, da imagem corporal que eles vão perdendo, sempre com a orientação de um profissional.
Não se esqueça: a família exerce um papel fundamental no tratamento dessas pessoas, pois são os familiares que possuem as lembranças.

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